Ser mãe ou pai são cargos de elevada importância sem curso nem certificação
Olá,
porque será que não se estuda para ser mãe / pai?
Qualquer um pode ser pai ou mãe, desde que tenha capacidades físicas para tal ou outra forma alternativa de o conseguir ser. No mundo há muita gente com capacidades físicas para tal e no entanto, será que as capacidades físicas serão suficientes para um cargo de tal dimensão?
Todos ouvimos e lemos frases lindas sobre mães e pais - mãe é sempre mãe, que uma mãe é a coisa mais importante do mundo, que quem tem uma mãe tem tudo, que o pai é um super herói, de certeza que se pensar um bocadinho ainda se vai lembrar de mais umas quantas, todas lindas e maravilhosas.
Já em relação aos filhos as frases parece que têm intrínseca uma ideia de dependência ou profecia - o bom filho à casa torna; filho és, pai serás; Filho criados, trabalhos dobrados; quando pequenos os filhos nos pisam os pés, quando grandes nos pisam o coração; quem tem filhos tem cadilhos.
E há mais, muito mais.
Nunca tinha pensado muito acerca de ser mãe, qual o perfil de mãe que queria ser, estava tão preocupada que cumprissem as regras que acho que durante muito tempo me esqueci de criar uma relação com eles que não fosse uma relação de chefe com os seus subordinados à moda antiga. Eu mando e tu obedeces.
Como criança lembro-me, até posso estar enganada que a memória por vezes é traiçoeira, mas os registo escolares comprovam-no, de ser bem comportada (não confundir com ter boas notas), percebi desde cedo que se for invisivel e não fizer grandes asneiras a vida não é tão emocionante, mas não tenho tantas chatices com os outros, e os conflitos internos tento resolver sozinha. E assim fiz durante longos anos, acho que ainda faço, mas tenho tentado mudar.
Em casa era igual brincava com as minhas bonecas e os meus livros e tentava corresponder ao que me pediam, especialmente ser arrumadinha e limpinha, ainda hoje tenho uma paranóia com a arrumação e organização, para de seguida me frustrar - porque tentar ter tudo limpo e arrumado vivendo com 3 homens, já devem estar a imaginar, mais vale cortar os pulsos.
Mas acham que quando os miúdos eram mesmo pequenos eu baixaria as exigências de arrumação e limpeza? Nem pensar, vão aprender a ser limpos e arrumados, e como boa general comprava guerras e mais guerras, para no final do dia, quando os meus soldados já dormiam me martirizar com pensamentos - que raça de mãe, sou eu? Para no dia seguinte fazer tudo igual ou até pior.
Sei-o agora que nada disto importa, ou melhorar importa ser organizado e limpo mas a mensagem deve ser passada de outra forma mais adaptada à idade de cada um, e não como uma louca enraivecida, o que realmente importa é criar uma relação satisfatória para ambas as partes, sólida e que perdure no tempo sem dependências mas com um gosto genuíno de partilhar a companhia daquele ser que para além de uma relação de sangue, tem uma relação de bem - estar.
Vou dedicar-me a este assunto em textos futuros, porque é um assunto que me tem ocupado bastante o pensamento e por achar que muitos somos mães e pais sem nunca pararmos para pensar nem nos preparamos para este cargo tão importante. Talvez o mais importante de toda a nossa vida.
Para terminar deixo uma frase, para pensar:
- Já imaginou os danos que um filho/a desequilibrado mentalmente pode causar para si próprio, na sociedade e quiçá no mundo?
Crisabraços!