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O Blog da Cristina

Mais um blog ... Mas este é diferente, porque é meu! E é um blog sobre ...

O Blog da Cristina

Mais um blog ... Mas este é diferente, porque é meu! E é um blog sobre ...

Ser mãe ou pai são cargos de elevada importância sem curso nem certificação

17.10.23, Cristina

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Olá,

porque será que não se estuda para ser mãe / pai?

Qualquer um pode ser pai ou mãe, desde que tenha capacidades físicas para tal ou outra forma alternativa de o conseguir ser. No mundo há muita gente com capacidades físicas para tal e no entanto, será que as capacidades físicas serão suficientes para um cargo de tal dimensão?

Todos ouvimos e lemos frases lindas sobre mães e pais - mãe é sempre mãe, que uma mãe é a coisa mais importante do mundo, que quem tem uma mãe tem tudo, que o pai é um super herói, de certeza que se pensar um bocadinho ainda se vai lembrar de mais umas quantas, todas lindas e maravilhosas. 

Já em relação aos filhos as frases parece que têm intrínseca uma ideia de dependência ou profecia - o bom filho à casa torna; filho és, pai serás; Filho criados, trabalhos dobrados; quando pequenos os filhos nos pisam os pés, quando grandes nos pisam o coração; quem tem filhos tem cadilhos.

E há mais, muito mais.

Nunca tinha pensado muito acerca de ser mãe, qual o perfil de mãe que queria ser, estava tão preocupada que cumprissem as regras que acho que durante muito tempo me esqueci de criar uma relação com eles que não fosse uma relação de chefe com os seus subordinados à moda antiga. Eu mando e tu obedeces.

Como criança lembro-me, até posso estar enganada que a memória por vezes é traiçoeira, mas os registo escolares comprovam-no, de ser bem comportada (não confundir com ter boas notas), percebi desde cedo que se for invisivel e não fizer grandes asneiras a vida não é tão emocionante, mas não tenho tantas chatices com os outros, e os conflitos internos tento resolver sozinha. E assim fiz durante longos anos, acho que ainda faço, mas tenho tentado mudar.

Em casa era igual brincava com as minhas bonecas e os meus livros e tentava corresponder ao que me pediam, especialmente ser arrumadinha e limpinha, ainda hoje tenho uma paranóia com a arrumação e organização, para de seguida me frustrar - porque tentar ter tudo limpo e arrumado vivendo com 3 homens, já devem estar a imaginar, mais vale cortar os pulsos.

Mas acham que quando os miúdos eram mesmo pequenos eu baixaria as exigências de arrumação e limpeza? Nem pensar, vão aprender a ser limpos e arrumados, e como boa general comprava guerras e mais guerras, para no final do dia, quando os meus soldados já dormiam me martirizar com pensamentos - que raça de mãe, sou eu? Para no dia seguinte fazer tudo igual ou até pior.

Sei-o agora que nada disto importa, ou melhorar importa ser organizado e limpo mas a mensagem deve ser passada de outra forma mais adaptada à idade de cada um, e não como uma louca enraivecida, o que realmente importa é criar uma relação satisfatória para ambas as partes, sólida e que perdure no tempo sem dependências mas com um gosto genuíno de partilhar a companhia daquele ser que para além de uma relação de sangue, tem uma relação de bem - estar.  

Vou dedicar-me a este assunto em textos futuros, porque é um assunto que me tem ocupado bastante o pensamento e por achar que muitos somos mães e pais sem nunca pararmos para pensar nem nos preparamos para este cargo tão importante. Talvez o mais importante de toda a nossa vida.

Para terminar deixo uma frase, para pensar:

- Já imaginou os danos que um filho/a desequilibrado mentalmente pode causar para si próprio, na sociedade e quiçá no mundo? 

Crisabraços!

 

 

Odeio dietas!

11.10.23, Cristina

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Olá,

mas é que odeio, odeio, odeio, odeio matam o prazer de comer.E outras razões que hoje não vou mencionar.

Era tão bom quando tínhamos menos informação pão era pão não era trigo, glúten, hidratos de carbono e merdas que supostamente nos fazem mal. 

Temos mais informação, o que seria supostamente bom para a saúde, mas como andamos mais stressados e tristes, não só mas também pelo excesso de informação, o que era para ser bom está a tornar-se em algo mau.

Estamos a comer e a pensar - isto está a saber bem mas vou pagar uma fatura alta seja por engordar, seja por ficar mal disposto, seja porque a nutricionista disse para não comer, seja porque devíamos estar a comer outra coisa,  ou seja em vez de aproveitarmos estamos a torturar-nos (nem todos, claro). Qual será o balanço que o nosso corpo fará de tudo isto? Gera confusão, certamente.

E hoje em dia não há nenhum alimento 100% bom, tudo tem coisas boas e más, não sei qual é a admiração, lembram-se de algo que só tenha coisas boas ou más? Eu não. O desafio individual é identificar os alimentos que são bons para mim.

No outro dia fui a um restaurante e o que comi foi um bife com batatas cozidas e água. E foi ver passar coisas que gosto, especialmente o pão. E não toquei em mais nada nem arroz de feijão, nem vinho, nem açorda, de verdade não tem graça nenhuma, apesar de me sentir muito responsável, não tem graça nenhuma.

No sábado decretei que se acabou, posso não comer lacticínios, alho, cebola, etc., mas o pão voltei a comer, até posso comer menos, mas voltei a comer. Consegui fazer o tal pão sem glúten, mas aquilo interfere-me com os nervos a quantidade de coisas que se tem de colocar para ficar minimamente bom, no outro dia tive visitas e adoraram, mas aquilo para mim não é pão, peço desculpa.

De forma que ontem escrevi à nutricionista a dizer que não aguentei não comer pão, e ela continua a insistir que é algo que fermenta muito e basicamente respondeu o mesmo. Estar a falar comigo ou com o Manuel Francisco é igual, pouco interessa eu dizer que não me estou a sentir bem com a dieta recomendada, o que interessa é seguir com o padrão, mesmo que o padrão não sirva para mim.

A questão é que os médicos não nos olham como um ser individual, é tipo uma tabela àquela doença corresponde tal tratamento e já está, independentemente do ser individual com que estão a lidar. Talvez não seja assim, mas parece-me estranho não analisarem um pouco mais a fundo antes de indicarem um tratamento para uma pessoa em especifico.

O meu marido há muitos anos consultou um nutricionista, que era bastante diferente, Dr.Pedro Queiroz, que nas suas consultas dava mais ênfase ao que comer do que ao que não comer, e indicava dicas e truques para conjugar alimentos, deveras inovador.

E o que tenho sentido é que se dá muito mais importância a quem tem excesso de peso, parece que aí é que está o desafio, alguém que tem peso baixo não é tão emocionante, afinal são extremos de uma mesma situação, mas encarados de formas tão diferentes tanto pelos médicos como pela sociedade.

Investigarmos-nos individualmente e com apoio seria importante, mas para isso é preciso tempo, algo que não existe em excesso ...

Crisabraços!

 

 

 

Igualdade? nas Escolas? Ou Equilíbrio?

04.10.23, Cristina

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Olá,

os meus filhos têm falado sobre as aulas de educação física terem metas distintas.

Os rapazes têm metas mais altas e as raparigas metas mais baixas. E queixam-se da injustiça.

Por vezes também comentam que as professoras ralham mais com os rapazes que com as raparigas. E assim de repente lembro-me que numa famosa escola privada havia uma auxiliar da infantil que só batia nos rapazes e poupava as raparigas.

E estes factos deixaram-me a pensar, até porque ou estou muito esquecida ou quando andei na escola não me recordo de haver distinções, basicamente fazíamos todos o mesmo.

O que se ouve nas noticias é igualdade, palavra que aplicada ao contexto me deixa altamente desconfortável, como se quer igualar seres tão distintos como um homem e uma mulher?

Porque é que em vez de igualar, como se fossemos uma equação matemática, não adaptamos?

Dá uma trabalheira conhecer os alunos, claro, e portanto é muito mais simples homogeneizar e esperar que corra bem.

Na escola avaliamos o normal e na vida adulta destacamos o diferente. É estranho não é? Somos treinados para funcionar em modo rebanho e depois se queremos ter sucesso o melhor é fazer diferente do que nos ensinaram durante anos afim.

Não tenho soluções milagrosas, mas parece-me que perdemos anos demais a mastigar sempre as mesmas matérias sem criar nada de inovador no ensino. Até já os professores estão fartos da escola, agora imaginem os alunos.

Cada criança como cada adulto tem valências diferentes que se alimentadas desde cedo podem produzir bons frutos para o próprio e para a sociedade, pelo simples facto de não estar a trabalhar só por obrigação e para não ser um mendigo, mas sim porque se dedica a algo que realmente gosta. 

É estranho na escola não haver disciplinas que lhes ensinem as actividades básicas do dia a dia - organizar, cozinhar, planear, economizar, trabalhar em equipa, ser criativos, respeitarem-se, etc.

Há muito que pode ser feito sem envolver montantes avultados de financiamento, mas quem está à frente destas decisões deve ter andado na escola tradicional e entretanto não fez um esforço para pensar mais além e fazer diferente, porque fazer diferente dá medo, e o conhecido é mais seguro. 

Respeitar a natureza de cada pessoa é importante, eu sou baixa não consigo chegar às prateleiras sem um apoio, quem é mais alto consegue, e por muito que eu me esforce não vou ficar mais alta, portanto encontrem actividades adaptadas a cada um e se eventualmente uma rapariga quiser fazer parte das actividades dos rapazes pode mas com as mesmas metas e o inverso igual. Mas isso daria uma trabalheira não é?

Isto são reflexões minhas, não certezas   ! 

Crisabraços! 

A nutricionista, o SII, o glutén e eu

02.10.23, Cristina

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Olá,

antes de mais pedir desculpa ao meu blog, de vez em quando deixo-o abandonado, porque não há tempo para tudo e como ninguém dá muito valor à minha escrita vou deixando para último quando as tarefas se aglomeram. É uma pena não fazermos das nossas artes as nossas prioridades. Mas chega de lamechice, e vou ao que me trouxe até aqui hoje.

Desde que me conheço como pessoa que tenho um desafio (não quero usar problema), que é viver com diarreia. Pode não parecer mas é bastante incapacitante, embora eu não deixe que me vença, atormenta-me um bocadinho os dias e os pensamentos. Já li muito sobre o tema e cada vez há mais estudos sobre o assunto e como a nossa cabeça e o que nos rodeia interfere com a nossa saúde e o bem estar. Há uns anos disseram que tenho SII - síndrome do cólon (intestino) irritável.

Sei que enervar-me e preocupar-me em demasia vai ter consequências, mas quando me entra a irritação não me consigo controlar e já se sabe invariavelmente dá asneira. Ontem à noite entrou-me uma irritação porque o meu marido não estava a horas para jantar, nem avisou, despois um excesso de roupa para passar a ferro, as pernas a acusarem o cansaço e o meu filho que estuda 2 minutos e joga horas até ao infinito e mais além. Não sei, mas tinha uns nervos comigo que nem me aguentava. A barriga queixa-se obviamente e com razão é um exagero de nervos.

Há 2 semanas decidi consultar uma nutricionista a ver o que me conta, porque às tantas vou restringindo tanto que já nem sei o que comer.

Recomendou a dieta pobre em Fodmaps, passou-me uma mais ligeira, embora muita coisa eu já não coma ainda restringiu o alho, a cebola, a soja e o glúten. Estão a ver uma viciada em pão tentar não comer glúten? Um pequeno drama.

Os meus tradicionais bolos foram substituídos por bolachas de aveia que inventei (foto), esta foi fácil. Mas o pão não consigo, já estraguei imensas farinhas, já fui à procura de goma xantana, agora é arranjar coragem para o fazer com a goma.

Os iogurtes tinha encontrado uns tão bons da marca Continente com base de coco sem sabor e agora desapareceram. Com estes notava mesmo diferença.

Também me recomendou probióticos, mas não gosto nada de tomar medicamentos de forma que  ainda não me decidi se vou tomar ou não.

Encontrei um livro recente sobre alergias /intolerâncias, e alternativas a cozinhar com produtos não comuns e especialmente sem leite e sem glúten. Tem imensas receitas e um titulo apelativo - Comer sem medos (que é algo que eu tenho bastante), a autora é a Sofia Carvalho e estou ansiosa para testar o pão.

De forma que estou neste processo, desde já noto uma grande diferença por não consumir pão, menos inchada e menos diarreia. 

Tenho tentado comer mais legumes que para mim é sempre um drama, porque penso sempre que me vão fazer mal. 

Vou contado sobre este processo e a ver se não fico tanto tempo sem escrever, que os meus muitos fãs ficam com saudades  ...

Crisabraços!