Querido as Obras estão atrasadas!
Olá,
quando eu era mais nova, sim porque ainda sou nova, se eu inverter a minha idade ficaria com 94, ou seja, quase a ir embora, mas isso agora não interessa nada como diz a Teresa Guilherme, ou dizia, não sei, continuando usava-se a frase - não estudes não, que vais para as obras.
Ora bem, no acompanhamento que faço dos colaboradores da obra cá de casa, geralmente têm um ar satisfeito, até diria mais agradável que muitas pessoas que estão no escritórios protegidas por umas lindas paredes e ar condicionado, almoçam e saem a horas, ok nem todos! Não é fácil andarem limpinhos como no escritório, mas se quando terminarem tomarem um banhinho e trocarem de roupa nem há assim tanta diferença.
Um dos senhores nunca entra nem sai sujo, portanto não é tanto o trabalho que cada um desempenha é mesmo um modus operandi, que é como quem diz, quando queremos ter bom aspecto fazemos por isso, a água está cara, mas ainda não é das coisas mais caras, por enquanto.
E conversam alegremente uns com os outros enquanto trabalham e há tempo para dizer piadas, ouvem música ( ainda não sei como nenhum vizinho se veio queixar). A frase que mais gosto é quando o coordenador diz para o colaborador - Faz lá isso, enquanto descansas. :):):) E obviamente também se aborrecem, faz parte! E dizem asneiras, claro!
Os preços das obras sabemos todos que estão elevados, se os colaboradores ganham bem isso é sempre uma incógnita como em qualquer empresa, pela importância que têm espero que recebam condignamente.
Também sou fanática das horas de chegar a tempo, de cumprir, de estipular horários e rotinas, mas é bom treinarmos e aceitarmos que a realidade na maior parte das vezes pouco se interessa pelos nossos planos pessoais.
Tantas vezes se deve ter repetido a frase que ouvia em miúda, que os colaboradores das obras estão a escassear, e já se sabe tudo o que é raro é valioso.
Qualquer profissional seja médico, advogado, engenheiro, enfermeiro, dentista, precisa de colaboradores das obras para desempenharem a sua função, para já não falar de todos os cidadãos que precisam de uma casa para viver.
Quando estes profissionais fazem asneira há muita gente que pode morrer ou ficar muito mal, um facto a ter atenção e que valoriza a profissão.
É por isto e por mais pormenores que digo ao meu marido que prefiro que as obras demorem mais tempo mas que fiquem bem feitas, não é garantia de nada, mas "as pressas às vezes dão em vagares", basta ver pelos acidentes nas estradas.
Todos somos importantes na função que escolhemos praticar neste momento, tirando quem rouba e engana, pelo que cada vez mais se devia aceitar que nem só as profissões ditas de topo (se é que isso existe) são as mais essenciais e com valor.
Será que ir para as obras será assim tão mau?
Crisabraços!